sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lágrima


Razão
determina
silêncio.
Emoção
faz barulho
e transforma
em lágrima
o que manda
o coração.
Olhos são
nascentes.
Água
inunda a face,
banha o corpo,
ganha lugar
nos rios
e mares.
O que fazer?
Agora nada
mais sou,
a não ser
pura e viva
emoção.
Pura lágrima...


(Imagem: flickr)

domingo, 15 de novembro de 2009

Meio do caminho


Tudo ou nada
nem sempre
é o "X"
da questão.
Muitas vezes
o meio
do caminho
é a melhor
solução.
Nem sol,
nem chuva,
apenas
nuvens
ocupando
o espaço
do azul.
Nem trovões
nem raios,
no instante
de luz,
mesmo
sem o brilho
do astro rei.

Imagem: Flickr




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sonhos


A imaginação
corre solta
na avenida
dos sonhos.
Mesmo quando
perde o rumo
é difícil
acionar o freio.
Segue em curva
ou em linha reta
até invadir
o sinal fechado.
Só nesse ponto
respira e percebe
a necessidade
de calma.
Pelo menos,
enquanto não
acelera em novo
e insistente
pensamento.


Foto: Heart of Oak /Flickr


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O que fazer quando faltam ideias para o texto?

Quando não se tem ideia para o texto o que fazer? Primeiro passo: não tornar isso um problema. Seguir apenas digitando o que vem pela cabeça pode ser uma boa saída. Faço isso, algumas vezes, quando a "inspiração" custa a aparecer.

Não adianta matutar, quebrar a cabeça para escolher um tema, tentar pesquisar, elaborar. Apenas sigo a intuição. Este texto, por exemplo, começou assim. Queria atualizar o blog, mas não tinha noção do assunto a ser tratado. Passei a digitar sem ter nada elaborado, e aí o "apagão" criativo se transformou no tema da abordagem.

Apenas a vontade de preencher a tela em branco já favorece a gestação do texto. Então a falta de assunto acaba se tornando o foco da escrita. Isso demonstra, na prática, que não há necessidade de desespero quando alguém deseja escrever e não tem a mínima ideia sobre o que falar.

Não recomendável é desanimar, deixar-se vencer pelo sumiço dos temas. Basta começar e pronto. O processo da construção textual, aos poucos, se encarrega de estimular o raciocínio, de dar sequência compreensível ao que brota espontaneamente como texto.

Sem mistério, sem receio, a escrita ganha forma. Aí estão a beleza e o prazer dessa arte. A tela, ou o papel, preenchida demonstra que a aridez de assuntos ficou para trás. Aos poucos a abordagem começa a fazer sentido para o autor. Quando isso acontece é grande também a chance de fazer sentido para o leitor. (Foto: Cammeraydave - Dreamstime)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Aluno relata em livro mudança que educação trouxe a sua vida

Do Portal MEC, matéria de Ana Júlia Silva de Souza:

“Hoje eu tenho um norte na vida. Ficou para trás aquele menino que foi gerado numa cela de penitenciária, que foi criado sem pai nem mãe, que parecia não ter futuro. Também ficou para trás aquele cara cheio de dúvidas, de incertezas. Elas já não existem mais. Os estudos me ajudaram muito. Percebo mudanças em mim e creio que essas mudanças são visíveis por todos que me conhecem.”

Este é um trecho do epílogo do livro Proeja – O aluno, de Sidney Dias de Oliveira, 36 anos. Na publicação, ele descreve como um curso do Programa de integração profissional técnica de nível médio na modalidade de jovens e adultos (Proeja) modificou completamente a sua vida.

Sidney faz o curso na área de eletrônica no campus Florianópolis, do Instituto Federal de Santa Catarina. Nos primeiros semestres, ele foi aluno da professora de português Esterzinha Pereira Gevaerd, que o apoiou no seu projeto de escrever o livro, lançado este ano dentro das comemorações do centenário do Instituto.

No livro, Sidney conta a sua sofrida trajetória de vida. Ele foi concebido numa cela de penitenciária, numa das visitas íntimas a que seu pai tinha direito. A mãe morreu prematuramente, quando ele tinha 2 anos de idade.

“Sinto-me como uma pedra bruta, que durante esses três semestres foi lapidada pelas mãos de mestres, doutores da arte do saber. Sinto-me como ouro bruto que, ao ser jogado ao fogo, purifica-se, queima todas as impurezas e sai jóia rara. Todos percebem a diferença antes e depois do IFSC”, conclui Sidney, que trabalha como autônomo em cinco empresas da capital catarinense.

Esterzinha vê no fato de um curso do Proeja ter transformado a vida de um aluno o reconhecimento do trabalho desenvolvido desde 2006. “São fatos como esse que nos impulsionam a continuar lutando por essa modalidade de educação: jovens e adultos afastados do processo educacional ou com escolarização incompleta, marginalizados social e economicamente”, disse Esterzinha.

“Quando transformamos a vida das pessoas pela educação ficamos cada vez mais convencidos de que estamos fazendo a coisa certa”, resumiu Maria Cláudia de Almeida Castro, coordenadora de pós-graduação do Instituto. (Foto: Regis Capibaribe)