Há uns bons aninhos não me arriscava viajar de ônibus na véspera de um feriadão. Desta vez, para de novo não amargar os festehos juninos em Salvador, arrisquei enfrentar a estrada num buzão até Vitória da Conquista. Era noite da quarta-feira (22), quando cheguei na Rodoviária e me deparei com gente por todo canto se misturando às bagagens espalhadas pelo chão.
Que sufoco? Logo ao descer do carro rumo à plataforma de emabarque, jurei em silenciosas palavras. "Nunca mais viajo num dia como esse..." Era véspera de um feriado que emendava a quinta, de Corpus Christi, e a sexta, de São João, com o sábado e o domingo, dias para o descanso do final de semana. Como faltavam poucas horas para o início da viagem, não dava para desistir e vender a passagem. O jeito foi prosseguir.
Circulando entre malas, sacolas, mochilas, sacos, trouxas, caixotes e outras tralhas em forma de bagagem, respirei fundo e me dirigi à Sala VIP de uma empresa, com a esperança de encontrar um pouco de conforto enquanto aguardasse o ônibus. Novo engano! Na sala, não havia mais espaço. As cadeiras estavam ocupadas e o espaço de circulação também. O desânimo tomou conta de mim até que alguém levantou de uma cadeira para tomar água, e sem pensar, me ajustei na cadeira deixando parte da bagagem no colo.
Foram suadas duas horas de espera, que pareceram uma eternidade. Os ponteiros do relógio parece que não saíam do lugar. Cada vez entrava mais gente na suposta Sala VIP. Pessoas de todas as idades e cores se acotovelavam para circular no movimento de entrada ou saída para acesso aos ônibus. Às 22h, finalmente, foram chamados os passageiros que embarcariam 20 minutos depois.
Foi difícil deixar a Sala VIP. Mas o pior estava por vir. Do lado de fora não dava para puxar a mala de rodinhas. Nesse sufoco, um funcionário da empresa pegou minha bagagem, colocou sobre a cabeça e abriu passagem no meio da multidão. No vácuo, segui movida pelo impulso até entrar no ônibus. Ufa! No interior do veículo, o problema foi tolerar o ronco barulhento de um jovem que ocupava a cadeira na minha frente. (Foto)
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