quinta-feira, 30 de abril de 2009

Leitura enriquece a construção de textos

O ato de escrever requer outro ato importante: ler. Quanto mais lemos, mais enriquecemos o vocabulário, o que facilita a construção do texto. Podemos escolher, por exemplo, a melhor palavra para determinado contexto economizando tempo. Por que? Porque não vamos precisar consultar o dicionário toda hora.


Outro componente que enriquece da escrita é o conhecimento enciclopédico ou de mundo. São nossas vivências, o que testemunhamos e aprendemos no dia-a-dia. Quando juntamos essa experiência com o hábito da leitura, tudo fica mais fácil.


As palavras surgem naturalmente e logo inserimos os elementos de coesão (artigos, preposições, conjunções, entre outros) que promovem o encadeamento do texto. Observe os elementos em negrito nas frases: Maria gosta de dançar na sexta-feira à noite; Lasanha é o prato preferido de Luísa no domingo. Essas são algumas expressões encarregadas da coesão. Sem elas, as mesmas frases ficariam assim: Maria gosta dançar sexta-feira noite; Lasanha prato preferido Luísa domingo.


Quer saber de mais um aspecto essencial? É a coerência, o que dá sentido ao texto. Caso contrário, tudo fica sem nexo. Exemplo de uma frase sem coerência: Os médicos são profissionais encarregados de cuidar do trânsito da cidade; Os arquitetos realizam 30 cirurgias diariamente no pronto-socorro. Notem que os elementos de coesão (em negrito) estão presentes, porém as frases não tem sentido.


Vale o lembrete. No ato da escrita não precisamos estabelecer o momento de tornar o texto coerente ou de colocar os elementos de coesão. O processamento é natural e, quando menos imaginamos, o texto está redondinho. Pronto para ser lido. Primeiro pelo autor, que exercita a empatia. Sente-se no lugar do outro e observa se está tudo claro. Revise, reescreva quantas vezes for necessário. Até achar que ficou bom.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Viagem ao mundo de Gabriel García Márquez

Releio no momento Cheiro de Goiaba - Conversas com Plinio Apuleyo Mendoza, de Gabriel García Márquez (Editora Record, 1982, 3ª edição). Além da leitura agradável, o livro possibilita conhecer boa parte da vida do jornalista e escritor, que se tornou conhecido mundialmente com a publicação de Cem Anos de Solidão em 1967.

Em Cheiro de Goiaba, Márquez fala da infância, das vivências numa redação de jornal, da formação literária, do processo de construção de suas obras, da fama, do poder. “Qual foi o seu propósito quando se sentou para escrever Cem Anos de Solidão?” À pergunta do amigo de juventude Apuleyo, ele responde: “Dar uma saída literária, integral, para todas as experiências que de algum modo me tivessem afetado durante a infância”.

Alguns aspectos abordados na página 67 são a linguagem e a técnica, consideradas pelo autor, instrumentos determinados pelo tema de um livro. Em Ninguém Escreve ao Coronel, Veneno da Madrugada e em vários contos de Os Funerais da Mamãe Grande, explica, a linguagem é concisa, sóbria, “dominada por uma preocupação de eficácia, tirada do jornalismo”. Já em Cem Anos de Solidão, ele usou linguagem mais rica para enveredar por outra realidade, “que convencionamos chamar mítica ou mágica”.

O gosto pela literatura nasceu do prazer de ler poesias. Márquez lia de tudo. Da poesia ruim à popular. “Nos manuais de castelhano do colégio, descobri que gostava tanto de poesia quanto detestava a gramática”, admitiu. Aos 19 anos leu A Metamorfose, de Franz Kafka, e o romance passou a interessá-lo. Aí decidiu ler romances escritos desde o início da humanidade.

Essa vivência de Gabriel García Márquez é um exemplo da importância da leitura para quem pretende produzir textos ou já exerce essa prática. Ninguém começa a escrever da noite para o dia. O dom apenas não basta. Mais do que isso, é necessário estudar, ou melhor, ler, ler e ler.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Vença o medo de construir um texto porque escrever faz bem

Escrever faz bem à alma. É uma sensação tão gratificante concluir um texto e perceber que a idéia foi passada ao papel (ou para a tela do computador) de forma compreensiva, sem uso de palavras distantes de nossa expressão oral. Por isso, faço o convite: escreva optando pelo gênero que mais lhe agrada. De uma frase ao registro de um sonho, uma carta, uma mensagem de e-mail, uma poesia, uma crônica...

Vença o medo de construir um texto. Óbvio que precisa conhecer, ao menos um pouco, a chamada norma culta – colocar as palavras no lugar preciso respeitando a concordância, o singular ou o plural, o tempo do verbo e algumas outras regras. Mas não se desespere. São raras as pessoas que dominam a gramática de forma mais abrangente.

Agora, um passo imprescindível é ler. A leitura possibilita aumentar o vocabulário, diferenciar um texto redondinho de outro confuso. De um texto prolixo e muito marcado (parágrafos longos e cheios de vírgulas) de outro que faz um convite para o leitor seguir em frente.

No primeiro momento ocorre a confusão diante do número de informações disponíveis acerca de determinado tema. Por isso tente, não desista logo, vá organizando as idéias. Reescreva quantas vezes for necessário. Se estiver usando o computador, fica fácil. Porque pode recortar aqui, colar ali, sem perder muito tempo.

Outras dicas importantes: evite repetição de palavras. Consulte o dicionário para recorrer aos sinônimos e tirar dúvidas quanto ao significado de determinadas palavras. Faça frases curtas e não abuse dos adjetivos.

Revise quando achar que o texto está terminado. Depois leia fazendo o exercício da empatia. Sinta-se no lugar do outro. Se gostar, confie. Cresce a possibilidade do leitor também ficar satisfeito.